terça-feira, 8 de novembro de 2011

Cientistas israelenses desvendam princípio de organização do olfato humano

Estudo revela que a forma como uma pessoa detecta um odor está relacionada a uma escala de prazer e não a um gosto pessoal

Pesquisadores do Instituto Weizmann, em Israel, identificaram um princípio de organização do olfato humano. Os resultados sugerem que a forma como uma pessoa detecta um odor está relacionada a uma escala de prazer e não a um gosto pessoal.
As descobertas revelam uma correlação entre a resposta de certos nervos a aromas particulares e o prazer desses perfumes. Com base nesta correlação, os pesquisadores puderam dizer, medindo as respostas nervosas, se um cheiro é agradável ou desagradável para uma pessoa.Até o estudo atual, o princípio organizacional do olfato ainda era um mistério. Os cientistas não tinham certeza se havia uma escala que determina a organização do nariz, muito menos como o arranjo de receptores olfativos nas membranas nas vias nasais podia refletir uma escala tão grande.

A equipe comandada pelo professor Noam Sobel estabeleceram a nova pesquisa para determinar o princípio de organização para o cheiro.  Indícios de que a resposta olfativa poderia estar ligada à agradabilidade tinham sido vistos em laboratórios de pesquisa que, anteriormente, encontraram uma associação entre a estrutura química de uma molécula de odor e seu lugar em uma escala de prazer. Sobel e equipe supuseram que os receptores de cheiro no nariz - cerca de 400 subtipos - poderiam ser arranjados na membrana nasal de acordo com esta escala. Tal hipótese vai contra a visão convencional, que afirma que os receptores de cheiros diferentes são misturados em torno da membrana.

O estudo

No experimento, os pesquisadores inseriram eletrodos em passagens nasais de voluntários e mediram as respostas dos nervos a diferentes cheiros. Cada medição capturou a resposta de milhares de receptores olfativos.  Os cientistas descobriram que a força do sinal nervoso varia de lugar para lugar na membrana. Parecia que os receptores não são uniformemente distribuídos, mas sim, que eles são agrupados em locais distintos, cada um engajado mais fortemente com um determinado tipo de perfume.

A pesquisa revelou ainda que a intensidade de uma reação estava ligada à posição do odor na escala de agradabilidade. Um local onde os nervos reagiram fortemente a um determinado cheiro agradável também mostrou fortes reações aos cheiros agradáveis e vice versa. Os nervos localizados em uma área com uma alta resposta a um odor desagradável reagiam de maneira semelhante a outros cheiros desagradáveis.

Os pesquisadores concluíram que uma escala de prazer é, de fato, o princípio da organização do órgão olfativo. Mas será que o sentido de cheiro realmente funciona de acordo com este princípio simples? Odores naturais são compostos por um grande número de moléculas - rosas, por exemplo, liberam 172 moléculas de odor diferente. No entanto, a mais dominante determina quais locais na membrana vão reagir mais fortemente, enquanto as outras substâncias fazem contribuições secundárias ao perfume.

Os pesquisadores descobriram uma relação clara entre o padrão de reação nervosa para vários cheiros e a agradabilidade desse cheiro. " Como na visão e audição, os receptores do olfato são espacialmente organizados de uma maneira que reflete a natureza da experiência sensorial. Além disso, os resultados confirmam a ideia de que nossa experiência olfativa agradável ou desagradável está fixa em nossa fisiologia, e não é puramente o resultado de preferências individuais" , afirmou Sobel. Os pesquisadores não descartam a ideia de que os indivíduos podem experimentar os odores de maneira diferente. Sobel teoriza que o contexto cultural e a experiência pessoal pode causar certa reorganização na membrana olfativa ao longo da vida de uma pessoa.

Fonte: Isaúde

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